PRUDENTE VERSUS CLEMENTE
José Warmuth Teixeira
(Tubarão - SC)
Eu vou contar a história de um professor muito exigente de nome Clemente e de seu aluno muito negligente de nome Prudente:
Naquela manhã diferente, Antônio Prudente, tresnoitado e sonolento, foi despertado pelo estridente estridor do seu despertador.
Ao mover-se no leito, sentiu dor pungente no peito, onde sua prancha o atingira, sem respeito, tangida que fora por uma onda com muito efeito.
Conversando com o despertador, ele disse:
- Hoje foste um desperta dor, seu infeliz.
Ainda pachorrento, naquele momento, puxou do fundo da massa cinzenta, olhando a manhã nevoenta, as atividades, em rol, para aquele dia depois do futebol.
Então veio o sol e a lembrança fugidia da prova que teria, no curso de psicologia, a ser aplicada pelo professor Clemente Garcia.
Então ele pensa:
“Aquele mestre demente, prova oral, segunda-feira, para a qual, infelizmente, cansado sobremaneira, não estudei e nada sei”.
Tomou café quente e roeu uma bolacha. Foi então que num repente, se deu conta da desgraça:
“Chi”, prova final, afinal, ou passa ou não passa.
Professor ‘cabra da peste’. Vou faltar a este teste, pois não estou capacitado.
Depois peço ao doutor, um bem “frio” atestado.
Mas, quem sabe, eu “tapeio” aquele “manhoso” mestre.
Como o assunto é nebuloso e se presta á discussão, vou buscar no entremeio, a minha interpretação”.
No caminho para a escola, ele dá tratos a bola:
“Id, ego, superego, neste assunto eu sou cego. Freud, o sigismundo, eu conheço só de nome e Pavlov, meditabundo e seus cães sempre com fome”.
No coletivo abre o livro, mas eis que ali senta, uma bela guria, que sombra a qualquer miss faria, vinte anos aparenta. Concentrar-se ele tenta, mas sua vista sedenta percorre as belas pernas que ele tem a sua frente, imaginando frases ternas, fantasia em sua mente.
E chega ao ponto final, e afinal, a faculdade. Titubeia, anda com dificuldade.
O jardim ele rodeia e aspira aquela aragem. Tudo para tomar coragem.
Sobe a escada vacilante, quase cambaleante.
No patamar, sente ânsia de voltar, mas... resolve enfrentar.
“Seja o que Deus quiser, melhor se eu fosse mulher, pois uma bela plástica pode evitar nota drástica”.
É chegado o momento, Prudente, boca seca, sedento, enfrenta aquela “fera”.
Na pergunta se esmera, o vetusto professor.
“Eu não sei, mas que horror, isto é grego para mim. É chegado o meu fim. Eu vou é procurar emprego”.
Ao fim do teste, sem responder nada que preste, vocifera:
“Professor, sede clemente”.
“E tu, sê prudente, pois um zero é o que te espera!”.
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