Josyanne Rita de Arruda Franco
(Jundiaí - SP)
Bendito, bendito seja
O corpo que o meu deseja,
A alma que me quer nutrir
De mel uma noite inteira,
Ardendo, em brasa vermelha,
O ventre que treme, enfim.
Convite seduz a abelha
E enreda (em teia alheia)
A presa que quis fugir
Temendo ser como a ovelha
Que no altar incendeia
Martírios do nunca fingir.
Blasfemo, é o que tu dizes!
Mas peca quem mente e engana
Primeiro a si, cheio de dramas
Fingidos e fantasiosos,
Enquanto a outra alma clama
Calor de tempos viçosos.
É bem melhor ter saudade
Do sentir que queima e arde
Olhares, bocas, abraços
Que nunca foram covardes
E nem quedaram sem lastro
Na mais amena das tardes
Por medo de encontrar
O adeus depois do cansaço
O abandono... sempre lasso.
A vida esgotada no cio...
E o desejo renovado
Noutro laço... e por um fio...
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