Márcia Etelli Coelho
(São Paulo - SP)
Passeio marcado para o dia seguinte,
quem disse que eu conseguia dormir?
Pensava no mar e em como ele seria,
perfeito mistério a se descobrir.
Seria piscina maior que o meu quarto
com águas dançando pra lá e pra cá?
Seria o primo mais rico do lago
que de tão arteiro cresceu sem parar?
Sabia que o mar era o lar da Sereia,
pequena princesa também quero ser.
Sabia dos muitos castelos de areia
e se a água é salgada não dá pra beber.
A mente, porém, estancou o segundo,
cadência de espuma, visão que fascina.
O mar azulado ia até lá no fundo.
Quem pode dizer onde ele termina?
Corri bem depressa, atração e receio.
Conselhos de mãe: só ficar na beirada.
Molhei os meus pés com um pouco de medo.
A onda chegou, quase fui derrubada.
Esperta eu pulei a segunda e a terceira,
algumas chutei mesmo sendo mirim.
Braçadas no raso sem eira nem beira.
Então ser feliz era simples assim?
Eufórica tarde, ingênua gandaia,
imagens que ainda carrego comigo.
O mar despediu-se quebrando na praia.
E eu só repetia: É bonito... É bonito!
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