O MUNDO LAICO
José Francisco Ferraz Luz
(São Paulo - SP)
É não sujeitar-se a uma determinada religião, pertencer à vida secular, mais propriamente dita à vida mundana. Viver no mundo profano é não estar ligado a uma intervenção religiosa do Estado.
Como é possível conviver no mundo laico com o Calendário Gregoriano que prega a era cristã, contrariando o calendário judaico, e os horários de culto das mais variadas religiões?
Predomina o calendário gregoriano, com os feriados religiosos cristãos, haja vista o Domingo, Natal, Corpus Christi, Sexta-feira da Paixão, Páscoa, entre outras datas religiosas, contradizendo o mundo laico.
Nossa Constituição de 1988, diz em seu preambulo, que “promulgamos sob a proteção de Deus”, excluindo os deuses das outras religiões, constitucionalizando a prática religiosa pelo culto ao crucifixo nas repartições publicas e colégios, quando não em praças públicas.
Os registradores cíveis se negam ao registro de nomes não religiosos nos assentamentos dos nascimentos, conceituando uma religiosidade contrária ao mundo laico.
Com o advento do Terceiro Milênio, e o progresso cibernético entre outras o climatério e as grandes catástrofes contemporâneas, precisamos rever nossos conceitos, codificando uma postura uniforme flexível, satisfatória, tal qual se uniformizaram as moedas na Comunidade Comum Europeia e suas fronteiras, com seus Tribunais, etc.
O culto religioso deve ser doméstico, segundo o costume familiar, sem proselitismo, respeitando as diversidades religiosas, a liberdade de cada um, promovendo a paz e a concórdia no mundo laico.
Só assim poderemos conviver com harmonia na desigualdade racial, na opção sexual de cada um, nos hábitos e comportamentos religiosos, na militância partidária, nas culturas regionais e típicas de cada clã, tribo, família e credo religioso.
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